Era uma amigável manhã de primavera quando ouviu-se um choro de criança ao lado de fora do velho barraco, construído com madeira maciça em meio a um antigo bosque, agora florido e cheio de vida. Entre o cantos dos pássaros Ragash saltou de sua cama num pulo, estava atrasado, as árvores não se cortariam sozinhas e logo os senhores da terra viriam buscar os impostos, sequer atentou-se para os berros da criança que se encontrava em um cesto de vime, ao pé de sua porta frontal. Vestiu sua capa de couro fino, agarrou seu surrado machado de corte e um pedaço de pão velho que estava sobre a mesa da modesta cozinha. Rapidamente foi em direção à porta, por um passo não pôs suas botas sobre o pobre bebê que parecia faminto. Num susto ainda maior que o de antes, saltou para trás, o jovem lenhador deixou seu machado cair e deu mais uma mordiscada no pão, pasmo com a cena perdeu dois ou três minutos observando pensativo, abaixou-se vagarosamente -
Um bebê? - pensou o o assustado homem dando leves cutucadas com seu dedo indicador direito nas rosadas bochechas do menino. Colocou o pedaço de pão que restava na boca, com a mão direita segurou a cesta que continha o menino e com a esquerda ajuntou do chão seu machado - Não sei quem esqueceu você aqui garoto, mas eu não posso me atrasar ainda mais, se quiserem que me encontrem na floresta e se me encontrarem que paguem uma boa recompensa por isso. - Falou com voz macia e com um breve sorriso preocupado, sem hesitar pôs-se a andar floresta adentro.
Continua...
Copyright © 2016 Fábio Buffon, All Rights Reserved.
Fábio, que show está o teu blog! As histórias mostram o teu talento com a escrita e sensibilidade. E instigam a voltar logo para ler mais! Valeu!
ResponderExcluir